5 coisas pouco conhecidas sobre o passeio ao Geyser del Tatio.

Devido à intensa atividade vulcânica do Chile, encontrar águas termais pela região é tarefa fácil. Mas você sabia que todo este magma causa  também um dos fenômenos mais curiosos do Atacama? Sim, o Geyser del Tatio!

Então, reunimos aqui 5 fatos pouco conhecidos sobre o que você encontrará durante o passeio ao Geyser del Tatio.

1 – Acordar cedo é essencial para conhecer o Geyser del Tatio

Os Geysers são um fenômeno bem raro de se ver mundo a fora, tudo porque as condições climáticas que o tornam possível são bem específicas.

Basicamente, a água da neve se derrete e chega a uma camada subterrânea bem profunda da terra, próxima ao reservatório magmático que existe nas regiões vulcânicas.

Este superaquecimento repentino causa um aumento na pressão da água, o que resulta na explosão que vemos em meio àquela fumaça toda. Assim, quanto maior a diferença das temperaturas, maior a pressão da água e sua força para subir.

Explico tudo isso apenas para te convencer a acordar às 3h30 da manhã.

O tour ao Geyser del Tatio é um dos passeios de maior altitude, são 4.320m, e o que partimos mais cedo.

Tudo porque é no período da manhã, entre 6h e 7h, que a temperatura mais contrasta e, consequentemente, os jatos d’água são mais impressionantes. 

À partir das 4h a van já começa a buscar os viajantes e por volta das 6h chegamos ao Geyser del Tatio. 

Qual a temperatura nos Geysers?

A temperatura mínima na região este horário varia entre -5°C no verão até uns -20°C no inverno, então estar bem agasalhado é muito importante em qualquer estação.

Durante a manhã, a temperatura vai ficando mais amena e por isso o ideal é se vestir em camada de roupas, assim você vai tirando algumas durante o dia.

Logo na chegada do parque, o guia explica com mais detalhes este fenômeno e todas as mitologias que transformam o lugar em algo encantador e único.

Por exemplo, El Tatio, em quéchua, quer dizer “avô que chora” e o guia vai te mostrar a montanha que deu origem a este nome. 

Conforme o sol vai nascendo, a paisagem fica ainda mais surreal.

O céu ganha um tom de azul que só existe no Atacama e toda aquela fumaça na contraluz do sol transforma o lugar em um show lindo de silhuetas dançantes.

Mas cuidado para não se empolgar nas fotos enquanto caminha por lá, você não quer cair dentro de uma dessas caldeiras, né? A temperatura das águas de um geyser pode chegar a 85° Celsius e os jatos atingem até 10m. 

Após quase uma hora explorando o local, o guia prepara um café da manhã no capricho…

2 – Um mergulho para despertar

Depois do café da manhã e uma overdose merecida de doce de leite chileno, chegou a hora de ir para o outro lado dos campos geotérmicos.

Aqui, você tem duas opções: dar um mergulho na piscina de água termal, as Termas del Tatio, ou explorar outras formas de Geyser que tem na região. 

Sou grande entusiasta de mergulhar em águas aquecidas nos locais de temperatura congelante. Além de dar uma bela despertada para o restante do passeio, dizem que este “choque térmico” faz bem para a imunidade.

As águas sulfurosas podem chegar até 35˚C e você sai com a pele bem macia, é uma delícia. Porém, não é aconselhável ficar mais de 20 min nessas águas porque são ricas em enxofre e você pode sentir um mal estar depois. 

Eu fiquei só um pouquinho ali na água e já corri para conhecer o restante do espaço. Essa região é tão maravilhosa e caminhar naqueles campos abertos sob um sol tímido que se esforça em aquecer partes congeladas do meu corpo é algo que ficou marcado em mim.

O que levar?

Uma dica é já ir com sua roupa de banho por baixo da roupa, assim você não perde tempo nas filas do vestiário e sobra mais tempo para explorar esta segunda parte do passeio.

Não esqueça também de colocar toalha e chinelo na mochila. 

Por volta das 8h, nos reunimos na van e partimos para um passeio bem interessante pelas redondezas conforme voltamos para San Pedro de Atacama.   

3 – Vai um espetinho de lhama aí?

O pueblo de Machuca é uma das paradas obrigatórias no retorno do Geyser del Tatio.

Primeiro paramos ao longe, em um ponto onde o guia conta algumas curiosidades enquanto conseguimos ver toda a vila, composta por umas 20 casinhas e uma igreja.

Por causa do frio e do sono, sei que pode bater uma vontadezinha de ficar na van, mas acredite em mim, vale a pena ir conhecer o povoado.

Esta pequena aldeia andina parece aquelas cidades fantasmas de filme de faroeste e tem como atividade principal a criação de llamas.

Além de ver algumas bem de perto e tirar fotos incríveis, é possível…. COMÊ-LAS. Sim, pobre llamitas. O espetinho de llama é uma atração à parte e a carne é realmente saborosa, ainda mais com aquele temperinho bem típico.

Foi a primeira vez que comi carne de llama na viagem ao Atacama e me arrependi de não ter experimentado antes!

Outra especialidade da casa é o pastel de queijo de cabra. Mas eu comi muito espetinho e não aguentei o pastel. Se você comeu, me diz nos comentários o que achou? Dizem que é delicioso!

Surpreendentemente, mesmo sendo minúscula, ele vilarejo possui painéis de energia solar e eu fiquei chocada.

Tudo no deserto é muito simples, e encontrar algo assim num lugar tão pequeno me deixou realmente espantada. 

4 – Bofedal, um ecossistema andino

Taí uma palavra que eu nunca tinha ouvido antes da minha viagem ao Atacama: bofedal!

Outra parada no passeios ao Geyser del Tatio é o Vado Putana, um bofedal que tem o Cerro Colorado no fundinho como vista. É de tirar o fôlego e não por causa da altitude.

Mas afinal, o que é um bofedal?

São áreas pantanosas típicas da região andina e extremamente importantes para a diversidade de vegetação nos lugares áridos.

Quando estiver lá, observe de perto esta vegetação, é muito especial. Como são regiões úmidas tanto na estação seca quanto nas mais chuvosas, as plantinhas são muito verdes e, dependendo da temperatura, você pode encontrar até samambaias.

Parte das águas encontradas nos bofedales são provindas da chuva, então de novembro a abril, na estação chuvosa, as áreas úmidas podem ser vistas em sua capacidade máxima. 

Observe também a variação de aves ali, tem umas bem exóticas.

Só que infelizmente, graças ao aquecimento global, que impacta diretamente os bofedales, a diminuição deste sistema já é visível. E coloca toda uma flora e fauna em risco.

Por isso, seja um turista consciente e cuide muito da natureza durante os passeios. 

O itinerário do nosso passeio clássico ao Geyser del Tatio termina aqui.

Então, depois dos bofedales seguimos de volta para  San Pedro de Atacama.

5 – Cactos gigantes a la desenho animado

Extra! Extra! Se você escolheu nosso passeio VIP, há uma última parada para conhecer os cactos em La Quebrada de Guatin. 

Ali é possível ver cactos gigantes e centenários, dizem que alguns tem mais de 500 anos. Há um riacho que passa no meio do cânion e o som de água corrente em um lugar tão árido como o Atacama parece um verdadeiro milagre. 

Me senti muito em um episódio do Ligeirinho! Ou Pepe Legal, ou Pica Pau, ou (insira aqui seu desenho animado favorito).

As vans retornam à San Pedro de Atacama por volta do meio dia. Por isso, que tal aproveitar e escolher mais uma aventura para o período da tarde?

Peça indicações de passeios vespertinos para nossa equipe e aproveite cada minuto da viagem <3

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