Salar de Uyuni Bolívia – um roteiro com paradas surpreendentes!

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O tour ao Salar de Uyuni, na Bolívia, é uma caixinha de surpresas! Eu não sabia que havia tantas paradas legais pelo trajeto e descobrir isso chegando lá foi uma surpresa maravilhosa. 

Como eu expliquei no guia absolutamente completo Salar de Uyuni, este passeios oferece várias opções de lugares de origem/destino e os locais visitados são praticamente os mesmos, o que pode mudar é a ordem das paradas a depender da combinação escolhida. Ah, as condições climáticas também podem alterar um pouco o roteiro. 

Eu escolhi o tour de 4 dias e 3 noites, saindo e retornando a San Pedro de Atacama, então conto aqui um pouco do que vi nestes dias. Vem comigo!

Primeiro dia do tour Salar de Uyuni

Neste primeiro dia, começamos o passeio fazendo a travessia Chile-Bolívia e, em seguida, adentramos na famosa Reserva Nacional de Fauna Andina Eduardo Avaroa.

Essa mistura de lugares desérticos e fauna diversa sempre me deixa extasiada e talvez isso explique porque o REA é um dos principais parques da Bolívia. Ele é a casa de mais de 100 espécies de animais, então prepare-se para ver diversas aves, mamíferos e até répteis. 

– Lagoa Branca e Lagoa Verde 

Laguna Verde e o icônico Licancabur

Estas duas lagunas de sal ficam na fronteira entre os dois países, aos pés dos vulcões Licancabur e Juriques. Os minerais presentes em cada uma diferenciam suas cores. 

A Laguna Blanca tem quase 11km² e maior presença de sal em suas águas, que abrigam flamingos e outras aves, além de muitas vicuñas. 

Já a Laguna Verde é menorzinha, com metade do tamanho e uma alta concentração de arsênio e chumbo, ou seja, é uma água tóxica que não possui vida. Porém, ela tem uma vista melhor dos vulcões e é tão encantadora quanto a vizinha Laguna Blanca.

– Deserto de Dalí

Ao sair das lagunas e ir em direção ao próximo ponto, dirigimos pelo extenso Deserto de Dalí, que tem este nome por lembrar quadros de Salvador Dalí.

As montanhas têm cor degradê e as rochas vulcânicas formatos bem surrealistas, é um cenário diferente do que vemos nos Desertos do Chile. Rápida parada para fotos, e seguimos. 

– Águas Termais de Polques

Esta piscina com água termal de temperatura entre 30˚e 35˚C é uma atração aguardada por muitos viajantes. Além de ser uma experiência única nadar com essa vista magnífica, as águas termais possuem propriedades  benéficas para a saúde e deixam a pele super hidratadinha. 

– Geyser Sol de la Mañana

Eu já expliquei aqui um pouquinho sobre como funcionam os Geysers e o quanto este é um fenômeno raro. O Sol de la Mañana fica a pouco mais de 5.000m de altitude e é bem frio. Apesar disso, a temperatura das águas ali podem passar dos 80˚C.  

Sempre me encanta ver campos geotermais com seus caldeirões de lama ferventes, fumarolas com cheiro de enxofre e explosões de água e vapor, saindo de uma terra tão viva por dentro.

É isso, ver um geyser me faz lembrar que existe vida latente debaixo dos nossos pés, e essa sensação é inesquecível.

– Lagoa Colorada 

Pra mim, o auge do primeiro dia! Esta laguna é um importante centro de reprodução de flamingos e é simplesmente surreal. Como se ver várias espécies de flamingos de pertinho já não fosse o suficiente, o local tem um monte de llama enfeitada, vicuña, alpaca, uma fofura. 

Eu sei que dá vontade de sair igual louco tirando foto de tudo, mas é um daqueles passeios que vale a pena sentar e observar a vida animal, ouvir com atenção os cantos dos flamingos. 

Localizada a 4.278m de altitude, a Laguna Colocarada é gigante! Uma de suas margens se estende por 35 km e ao todo são pouco mais de 60 km² de superfície.

Não coincidentemente a cor das suas águas é a mesma dos flamingos, ela é rica em algas e microorganismos responsáveis pela coloração das aves mais emblemáticas do altiplano andino. 

E atenção, enquanto estiver ali, procure não falar alto pois os flamingos tem uma audição extremamente frágil. Nada de deixar os bichinhos estressados!

Segundo dia do tour Salar de Uyuni

– Valle de Rocas, Taça da Copa do Mundo, Itália perdida, Camelo de Pedra

Formações rochosas como a Taça da Copa são atrações no segundo dia de tour pela Bolívia

Se o primeiro dia do tour pode ser resumido pela palavra fauna, este segundo dia se resume em pedras. Passaremos por uma região da Bolívia com atividade vulcânica intensa e por isso rochas vermelhas formadas por lavas se tornaram uma grande atração. 

Consegue ver o Camelo de Pedra?

Esta região também é habitada por Vizcachas, um roedor andino que mais parece o cruzamento de coelho com chinchila, fofo! Fique de olhos nas pedras, os vizcachas tem a cor bem parecida e acabam se camuflando ali.

É possível subir em algumas pedras durante as paradas, mas sempre pergunte ao se motorista quais são permitidas. As vistas lá de cima compensam o pequeno esforço físico. 

– Lagoas Vinto e Catal

No meio de tanta pedra e deserto, estas lagunas surgem como oásis, reunindo fauna e flora em ricos bofedales, um ecossistema tipicamente andino muito rico em água. 

A laguna Vinto é bem extensa, com água que muda de cor conforme a posição e intensidade do sol. É casa de muitas llamitas. 

A laguna Catal, conhecida também como Laguna Negra ou, ainda, Laguna Escondida, foi para mim o destaque do segundo dia de tour ao Salar de Uyuni.

Por ser um paraíso bem reservado entre paredões gigantes de pedras, este bofedal é onde os animais se reproduzem e por isso prepare o coração para ver muitos filhotinhos de llama e de aves diversas. 

Você ficará pertinho destes animais, mas lembre-se que não deve tocá-los, respeite a natureza mesmo quando ela parecer mais acessível!

– Canyon Anaconda

Como o nome sugere, no meio do Canyon passa um rio em formato de cobra. Há ainda uma espécie de passarela, por onde podemos nos aproximar de um mirante com vista maravilhosa. Nos dias de vento, é bom ter atenção redobrada, o lugar é muito alto mesmo.

– Cemitério de trens

Já bem próximo da cidade de Uyuni, a última parada é ótima para fotos. São diversas locomotivas abandonadas em que é possível subir, entrar, e o que mais a imaginação permitir.

Mas o que mais gostei ali foi do barzinho em frente, onde se pode tomar cervejas artesanais bolivianas, a garrafa custava uns 15BOB. Eu experimentei a de quinoa, de coca e de cacto. 

Vários carros pararam ali ao fim do dia e foi um momento do tour em que encontramos turistas de vários lugares. Rolou uma interação legal, todo mundo dançando, bebendo e papeando. Ótimo fim de passeio. 

– Hotel de Sal

Este não é bem uma atração, mas poderia ser. Gente, não é todo dia que vemos e dormimos em um hotel feito inteiro de sal!!!

Além da sua estrutura ser toda feita em tijolos de sal, há também mesas e cadeiras no interior dele ostentando a matéria prima queridinha da região. É engraçado chegar lá e ver pessoas lambendo paredes pra confirmar se é sal mesmo.

Tijolos de sal nos hoteis de Uyuni

Como chegamos cedo neste hotel, rolou uma jogatina intensa de UNO e até vinho chileno, uma cortesia que está incluída na refeição desta noite. 

Terceiro dia do tour Salar de Uyuni

– Salar de Uyuni

Chegou o grande dia! Eu sempre lia que o Salar de Uyuni tem quase 11 mil km², mas foi apenas quando entramos nele que me dei conta de sua imensidão. A nível de comparação, ele é maior que a cidade de Manaus, que Sydnei (na Austrália), ou o Líbano inteiro!! 

Eu poderia tentar descrever a sensação de pisar ali, mas me lembrei do trecho de uma matéria do Globo Repórter que resume bem o sentimento:

“Não tem pássaros, não tem árvores e não tem nenhum tipo de vegetação. Não tem nada, mas é um nada simplesmente lindo. E quando se olha para o horizonte, onde o céu encontra o sal, o homem se sente pequeno diante dessa imensidão que impressiona.”

No meio deste mar de sal, há a Isla Incahuasi, que funciona como um mirante natural. Ali, além de mais de 6mil cactos, há muita vida e um pequeno museu que mostra a vida dos incas centenas de anos atrás.

Aliás, vem daí o nome, Incahuasi quer dizer “casa dos incas” e funcionava como abrigo praqueles que encaravam a travessia de dias à pé pelo Salar de Uyuni. 

– Monumento Dakar e Bandeiras

Antes de ir para o próximo ponto, uma parada rápida no monumento do Rally Dakar, que é todo feito de sal e tem 5m de altura. 

Também todo feito de sal é o Museu que fica ao lado e tem algumas esculturas de… sal. 

Por fim, há o monumento das Bandeiras, com bandeiras do mundo todo enfiadas em uma grande estrela de, adivinhem, sal.

– Feira artesanal de Colchani

Depois do almoço na cidade de Uyuni, em que comemos uma carne de llama deliciosa com quinoa, seguimos para o povoado de Colchani, e passamos algumas horas passeando na feirinha. 

Lá é possível comprar diversos artesanatos feitos de sal, cacto, pelo de llama e diversas matérias primas bolivianas. É muito legal e tem um preço bem justo, comprei vários presentes pra mim mesma porque sou dessas, mas é uma ótima oportunidade para comprar lembrancinhas pra família também. 

Ainda nao convencido? Leia aqui 10 motivos para visitar o Uyuni.

Quarto dia

Este dia é basicamente o retorno para San Pedro de Atacama se você, assim como eu, escolher o tour de 4 dias com saída e destino Atacama. O tour chega no Chile por volta das 12h e assim você tem a tarde toda livre. 

Você sabia que o Tour ao Salar de Uyuni passava por tantos lugares assim na Bolívia? Se quiser conhecer as outras opções de trajeto, pergunte para a equipe da Fui Gostei Trips e escolha a opção que se encaixa melhor no seu roteiro. 

Por fim, qual parada além do Salar de Uyuni te deixou mais curioso? Conte aqui nos comentários!

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